O agir comum de um Deus incomum
Quando ele já estava perto da descida do monte das
Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar a Deus alegremente,
em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. Exclamavam:
"Bendito é o rei que vem em nome do Senhor! " "Paz no céu e
glória nas alturas! "
Alguns dos fariseus que estavam no meio da multidão disseram a Jesus:
"Mestre, repreende os teus discípulos! "
"Eu lhes digo", respondeu ele, "se eles se calarem, as pedras
clamarão".
Lucas 19:37-40
Contexto:
Quando Jesus estava para chegar a Jerusalém descendo o monte
das Oliveiras, toda multidão o recebeu em júbilo. Os Mestres da Lei, por
tamanha bagunça que havia no lugar, e também tomados por ciúme (visto que quem gostava
de receber essas recompensas eram eles), pediram para Jesus repreender as
pessoas e se encerrar tudo aquilo. Jesus respondeu que ainda que se calem, as
pedras clamariam. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito em
Zacarias.
“Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que
o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um
jumentinho, cria de jumenta.”
Zacarias 9:9
O tema que queremos abordar em seguida, reflete a situação
das igrejas ou nossas em determinadas situações que vemos algo comum acontecer
da parte de Deus.
O tema da mensagem seria: O agir comum de um Deus incomum.
A mensagem do evangelho na sua totalidade sempre foi uma
mensagem simples, porém sempre foi uma mensagem de difícil compreensão, porque?
Nós como humanos, não temos ou pelo menos não conseguimos
pensar que um Deus extraordinário, perfeito e que pode todas as coisas, agiria
das formas mais simples possível, capaz de nos mostrar que o seu Reino são para
aqueles que o aceitam como Senhor.
Jesus quando diz que “É o caminho” até o Pai, significa que
ele tornou simples o acesso a Deus. Aquilo que antes era feito por cerimoniais,
sacerdotes, holocaustos, hoje se tornou um “Pai nosso”. Isso é um agir comum na
nossa sociedade. A oração é um ato simples, porém um ato incomum, pois através
da oração, as coisas que são comuns aos nossos olhos se tornam experiencias
incomuns.
A mensagens que trouxemos anteriormente, fala a respeito dos
Mestres da Lei, que conheciam a palavra de Deus. Se conheciam a palavra, porque
não entenderam a profecia em Zacarias? Porque não era comum, um homem pobre,
com um padrão de beleza mediano ter sido o escolhido para Reinar sobre o
império romano, pois era o que se esperava de Jesus. Os fariseus esperavam
outro Moisés, talvez uma versão 2.0, que os libertasse da tirania de Roma e os
levasse para o seu novo Reino (uma fictícia Canaã). Eles não entendiam os atos
de Deus, porque lhes fugiam do que era de conhecimento a quem Deus “era” no
passado.
Leram sobre o Deus dos exércitos, o Deus que mandava Pragas,
O Deus que abria o mar, o Deus que fazia chover comida, Que fazia descer fogo,
mas quando Deus se apresenta com a sua real natureza, o amor, eles não entenderam.
Vivemos em uma sociedade hoje que espera pela mesma justiça.
Esperam que Deus mande um líder, que mande um libertador, uma nova terra, que
mande milagres, profecias, porque não querem viver a simplicidade do evangelho.
Talvez a uma das maiores frases que você ouve ou lê nas redes sociais é “Deus é
amor, mas também é fogo consumidor”. De fato, Deus é amor e também é Justiça,
porém perceba que a Justiça de Deus para essas pessoas só prevalece nos erros
dos outros, nunca nos próprios. Não querem ser confrontados, mas querem
confrontar. A palavra de Deus sempre foi espada, mas não para eu usar contra
quem está do meu lado, mas para usar contra meu eu que luta todos os dias com
meu novo eu, ou seja o eu que “era” luta com o eu que “sou”, a espada também
foi dada para lutar contra um inimigo comum de todos nós. E Jesus nos ensinou
como lutar contra ele, através de duas atitudes comuns, oração e leitura da
palavra, pois através dessas atitudes comuns acontece o incomum em nosso
espirito.
Existem duas músicas do cantor Mauro Henrique que gosto
muito, uma delas faz uma simples pergunta “Onde está Deus?”, a segunda música
se chama “Pequeninos”, por incrível que pareça, pode não ter sido planejado
pelo compositor, mas elas se completam. A grande resposta da pergunta da
primeira canção, está na estrofe da segunda, onde o cantor diz: “Quando
abracei, quando visitei, quando alimentei, enfim vi Cristo”, ou seja, a grande
procura pelo incomum foi encontrada em atos comuns em nosso meio. Encontramos
Jesus quando visitamos, abraçamos, ajudamos, alimentamos, entre outras coisas
que através de atos de bondade que são comuns (ou deveriam ser), nos fazem
experimentar o incomum.
O evangelho de Cristo nos chama pra viver o comum.
Uma frase que me cativa muito de G.K Chesterton:
"A coisa mais
extraordinária do mundo é um homem comum, uma mulher comum e seus filhos
comuns"
O plano de Deus para nós aqui na terra, a família é o maior
exemplo de um agir comum de um Deus incomum.

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